Dança Nyau
A dança Nyau, originária da província de Tete, é praticada pelos grupos étnicos que habitam as regiões fronteiriças entre Moçambique, Malawi e Zâmbia.
Esta dança foi registada como património cultural pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), em Novembro de 2005.
A dança Nyau é praticada sobretudo por indivíduos do sexo masculino. Os passos de dança são de natureza agitada e são acompanhados por ritmos de tambores e cânticos protagonizados por personagens do sexo feminino.
As vestes dos dançarinos variam desde pedaços de panos coloridos, grandes penas de aves, chocalhos nos pés e uma máscara de madeira. O corpo, quando apresentado nu, geralmente aparece com pinturas vermelha, cinza ou branca (Mafuta). As mulheres vestem-se com capulanas e blusas, feitas do mesmo tecido.
Alguns símbolos dos hábitos e costumes da região onde a dança é praticada são representados durante a prática. Dentre eles estão: a maniqueira, matéria-prima para fazer sumo, doces, bebidas alcoólicas e alimentação, e o de cabrito, como representante de fonte de riqueza.
Com o Nyau, incorpora-se, sobre os grupos praticantes, preceitos morais e educativos que visam o equilíbrio da natureza por meio da restrição do abate de alguns animais, bem como o respeito pelos mais velhos. Instruí-se também sobre a convivência social e a resistência física e proeza, por meio da ginástica acrobática, feita durante a dança, que consiste em trepar postes e em se locomover em fios suspensos, apoiados em estacas.
Actualmente, a dança é praticada no fim da época agrícola e por ocasiãos dos ritos de iniciação femininos, designados por chinamwali. É praticada também em diversas festividades, tais como casamentos, em funerais de indivíduos normais (maliro ou malilo), ou em ritos realizados por ocasião de funerais de chefes locais (mbona).
No território moçambicano, a prática da dança Nyau é encontrada em oito distritos da província de Tete, nomeadamente Angónia, Furancungo, Macanga, Zumbo, Tsangano, Chiúta, Zóbwe e Moatize. É também praticado na província de Maputo, distrito de Boane, trazido para esta região cidadãos oriundos sobretudo da província de Tete.
