Estudantes moçambicanos deslocados do Sudão para a Etiópia
Com a intensificação do conflito armado nos últimos dias, alguns cidadãos moçambicanos, dentre os quais 22 estudantes, reportaram a situação crítica que vivenciam no Sudão.
Antes de mais nada, o director do Instituto Nacional das Comunidades Moçambicanas no Exterior (INACE), Armando Muiuane afirmou em entrevista à STV que a resposta tardia ao pedido de socorro feito pelos estudantes no Sudão deve-se a falta de registo da presença dos mesmos estudantes naquele país. Primeiramente, o governo moçambicano certificou-se de prestar socorro aos estudantes que se encontram no meio do campo de batalha entre o exército do Sudão e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápidas.
Nesta segunda-feira, os estudantes e um padre serão resgatados e logo depois serão acomodados em Adis Abeba, na Etiópia. Simultaneamente, outros países como a França, a Turquia, a Itália e os EUA também se prontificaram em socorrer e retirar os seus cidadãos das terras sudanesas para lugares mais seguros.
Conflito do Sudão
Os conflitos armados assolam o Sudão desde a sua independência em 1956. As maiores batalhas são travadas entre o governo sudanês e os rebeldes do sul. A disputa ocorre devido a presença de grandes reservas de petróleo e de recursos minerais, como o ouro. Assim, o Sudão é um dos países mais pobres do mundo e igualmente cerca de um terço da população está afectada pela fome.
O aeroporto da cidade capital tem as actividades interrompidas e as vias terrestres que ligam Cartum ao estrangeiro tornaram-se mais perigosas.
Neste último conflito, registou-se mais de 400 mortos e 1000 feridos em menos de uma semana. Existe no momento, ausência de energia eléctrica e de água na capital e arredores, onde ocorre o combate. Ocorrem também falhas de comunicação por rede de telefonia móvel e via internet.
De acordo com o sindicato dos médicos, que mais do que a metade dos hospitais que se encontram na zona de combate viram-se obrigados a fechar ou se encontram destruídos.