Petrolífera Total suspende actividades por força maior
Num comunicado enviado a nossa redacção, a multinacional refere que “tendo em consideração a evolução da situação de segurança no norte da Província de Cabo Delgado, em Moçambique, a Total confirma a retirada, em Afungi, de todo o pessoal do Projecto Mozambique LNG. Esta situação leva a Total, enquanto operadora do Projecto Mozambique LNG, a declarar força maior”, lê-se na nota.
A nota refere, ainda, que a Total expressa a sua solidariedade para com o Governo e o povo moçambicano e deseja que as acções levadas a cabo pelo Governo de Moçambique e os seus parceiros regionais e internacionais “permitam o restabelecimento da segurança e da estabilidade na Província de Cabo Delgado de forma sustentada”.
Entretanto, em conferência de imprensa, o Presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Petróleos (INP), Carlos Zacarias, acrescentou que enquanto a segurança não for reestabelecida em Palma, a concessionária e operadora da Área 1 da bacia do Rovuma, vai continuar a rescindir ou suspender de forma indefinitiva alguns contratos com empresas prestadoras de serviços ao projecto.
Sobre as informações segundo as quais a TOTAL vai desinvestir em Moçambique e aplicar os seus investimentos em Uganda e Tanzania, Carlos Zacarias disse não constituir verdade, mas esclarece que a concessionária francesa tem contratos petrolíferos assinados nos referidos países, que não colocam em causa, muito menos em concorrência, os projectos em desenvolvimento na bacia do Rovuma.
O projecto Mozambique LNG offShore custa 20 biliões de dólares e tem por objectivo viabilizar a exploração de 13,12 milhões de toneladas de gás recuperável em 25 anos e gerar lucros de 60,8 biliões de dólares, dos quais metade para o Estado moçambicano. Refira-se que a plataforma flutuante do projecto Coral Sul, em construção na Coreia do Sul, poderá chegar a Moçambique em finais de 2021 ou principios de 2022.
A Total E&P Mozambique Área 1 Limitada, subsidiária detida integralmente pela Total SE, opera o projecto Mozambique LNG, com um interesse participativo de 26,5%, juntamente com a ENH Rovuma Área Um, S.A. (15%), a Mitsui E&P Mozambique Área 1 Limited (20%), a ONGC Videsh Rovuma Limited (10%), a Beas Rovuma Energy Mozambique Limited (10%), a BPRL Ventures Mozambique B.V. (10%), e a PTTEP Mozambique Área 1 Limited (8.5%). (Fonte: opais.co.mz)