Durante as manifestações em Ressano Garcia, vila fronteiriça com a vizinha África do Sul, os moçambicanos estiveram a marchar e a sensibilizar os agentes da migração na fronteira também a marchar pela paz. Entretanto, a situação escalou após um agente dos Serviços de Migração balear mortalmente um dos manifestantes, consequentemente resultando em uma reacção violenta por parte da população.
Em resposta ao incidente, os manifestantes incendiaram bens da fronteira como forma de protesto. O posto de travessia de peões e viaturas ligeiras foi assaltado e vandalizado, com equipamentos sendo destruídos, enquanto alguns bens pilhados do armazém.
Houve destruição dos contentores utilizados como escritórios e armazém de equipamentos, no sector de passagem de camiões. As instalações que alojavam os agentes da polícia de migração foram igualmente alvo de destruição e incêndio, resultando na incineração de nove viaturas pertencentes aos agentes de migração.
Fuga dos agentes dos serviços de migração
Mais de trinta agentes da Polícia de Moçambique buscaram refúgio com a segurança sul-africana no posto de fronteira de Lebombo, entre Komatipoort e Ressano Garcia, conforme noticiado hoje pelo canal público sul-africano SABC. A África do Sul encerrou na noite desta terça-feira a principal fronteira com Moçambique por “motivos de segurança”, na sequência dos violentos protestos que eclodiram no lado moçambicano da fronteira, em Ressano Garcia.
Os protestos são convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, após a declaração da vitória de Daniel Chapo, o candidato presidencial da FRELIMO. Porém, ocorreram de forma violenta na sequência da escalada de violência pós-eleitoral em Moçambique. A violência pós-eleitoral tem sido uma constante, exacerbando as tensões políticas e sociais no país.
Este incidente destaca a grave situação em Moçambique, onde a insatisfação com os resultados eleitorais tem gerado conflitos violentos. Os conflitos afectam a economia do país, mas também a estabilidade na região fronteiriça com a África do Sul.
A comunidade internacional observa atentamente, esperando por uma resolução pacífica e justa para a crise em Moçambique.