Terror no Zimpeto: cidadãos baleados, posto policial incendiado e arma nas mãos de civis
Manifestações pós-eleitorais tomam um rumo assustador no mercado grossista do Zimpeto
Nas tendências do segundo dia da terceira fase da quarta etapa das manifestações pela “verdade eleitoral” convocadas por Venâncio Mondlane teve de estar, inevitavelmente, o Mercado Grossista do Zimpeto, na cidade de Maputo. O local foi palco de baleamento de manifestantes, espancamento de um agente da polícia e vandalização do posto policial.
Tudo ocorreu entre às 11h e 12h desta quinta-feira, 28 de Novembro, quando os manifestantes abordaram agentes da polícia convidando-os a deitarem água numa campa improvisada onde, metaforicamente, jazem os “restos mortais” da Frelimo. Os agentes da polícia não ficaram satisfeitos com a brincadeira e um deles acabou por alvejar dois cidadãos, no meio do conflito.

Reacção inesperada e actos de violência entre manifestantes e a polícia
A reacção não se fez esperar. De imediato, os jovens manifestantes espancaram o autor dos disparos, arrancaram-lhe a arma, do tipo AK-47, e ainda incendiaram o posto policial que se encontra no interior do mercado, bem como uma camioneta de um utente do mercado. Perante a escalada da violência, o comandante e os demais agentes puseram-se em fuga na tentativa de escapar à fúria dos manifestantes.
Este episódio é mais um sinal da crescente tensão e violência que têm marcado as manifestações em Moçambique, especialmente em Maputo. Com efeito, a insatisfação popular, alimentada por acusações de fraude eleitoral, tem levado a confrontos cada vez mais graves entre manifestantes e forças de segurança.
O incidente no Zimpeto destaca a intensidade da revolta popular e a disposição dos manifestantes em enfrentar as autoridades. Por outro lado, a violência e o caos que se seguiram ao disparo revelam a profundidade do descontentamento e a volatilidade da situação atual.
Nesse contexto, enquanto os protestos pela “verdade eleitoral” continuam a sacudir o país, o episódio no Mercado Grossista do Zimpeto serve como um sombrio lembrete das consequências potenciais da crise política em Moçambique. Assim, a necessidade de uma resolução pacífica e negociada torna-se cada vez mais urgente para evitar uma escalada ainda maior da violência.